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domingo, 21 de dezembro de 2008

NATAL 2008


Para baixar as fotos da entrega de presentes de Natal, ocorrida em 20.12.2008, clique aqui.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O IRMÃO DO CAMIINHO


Simeão era muito moço ainda
Quando escutou a história de Jesus
E, acendendo esperanças na alma linda
Inflamou-se de fé, amor e luz...

Morando numa choça da montanha
Junto de antiga estrada, sem vizinho,
Era a bondade numa vida estranha,
O amigo dedicado aos irmãos do caminho.

Lia os ensinamentos do Senhor,
Mas afirmava precisar
De ação que lhe exprimisse o grande amor
Na fé que decidira praticar.

Na pequena morada, pobre e agreste,
Cavou no solo um poço... Água de mina,
Que ele, olhos em luz e sorriso na face
Oferecia a quem passasse
Por lembrança de paz da Bondade Divina...

Simeão alcançara os oitenta janeiros,
Trabalhando e servindo dia a dia,
Sem quaisquer outros companheiros
Que não fossem viajantes
A pedirem pousada, companhia,
Uma noite de paz ou um copo de água fria.

Alta noite, uma voz chamou, baixinho:
-"Simeão, Simeão!... Meu irmão do caminho!..."
-"Quem sois vós?" Respondeu o interpelado.
-"Um peregrino desacompanhado...
Rogo pousada, irmão!" -Chamou o forasteiro.
Ergueu-se devagar o cansado hospedeiro,
Fez luz, abriu a porta.
Mas o vento avançou a chama semi-morta.

-"Entrai!..." disse o velhinho.-"Agora sei que não estou sozinho."

O velhinho, entre passos mal firmados,
Sempre movimentando a luz acesa,
Trouxe a bacia de água morna e leve
Mergulhando-lhe os pés ensangüentados...
Ao ver-lhe os dedos maltratados,
Disse ao viajor, tomado de surpresa:
-"Quanto sangue verteis!... Como tendes andado!...
Deu-lhe o estranho viajante esta resposta leve:
-"Deus te abençoe, amigo, a assistência bem-vinda!...
creio que devo andar por muito tempo ainda!..."

De joelhos, Simeão,
Em lhe lavando os pés com infinito carinho,
A refletir nas pedras do caminho,
Ao lhe tocar nas crostas das feridas
A fim de removê-las,
Viu as chagas abertas
Eram duas estrelas...
O velhinho assombrado
Buscou fitar-lhe as mãos com ternura e respeito
E viu que estavam nelas
Grandes marcas da cruz, luminosas e belas,
Ampliando o fulgor que lhe envolvia o peito...
Ele grita, chorando de alegria:
-"Jesus!... Sois vós Jesus?!..."
E o Senhor, levando as mãos em luz,
Disse, abraçando o ancião:
-"Vem a mim, Simeão,
É chegado o teu dia
De repouso e de luz no Mais Além..."

Simeão esqueceu a velhice e o cansaço
E pousou a cabeça em seu regaço...

Depois do amanhecer, outros viajantes
Chegaram como dantes,
Pedindo água, descanso, reconforto,
Mas viram que Simeão o irmão do caminho
De joelhos, para, ali sozinho,
Muito embora sorrisse, estava morto...
Maria Dolores, psicografada por Francisco Cândido Xavier.

Uma das mais belas mensagens de Natal.

domingo, 14 de dezembro de 2008

TRES ESPÍRITOS DO NATAL

Conta a história de Ebenezer Scrooge, um velho egoísta e avarento que não tinha limites para sua ganância e desprezava sentimentos como amor, amizade e generosidade.


Até que, em uma véspera de Natal, ele foi visitado pelos Três Espíritos do Natal, que o fizeram compreender qual seria o seu destino final se ele não mudasse suas ações.





O Livro falado, com a denominação CONTOS DE NATAL, poderá ser baixado do site www.111dicas.com.br e a senha é PRESENTE87654.

A capa acima é da edição da Editora "O CLARIM". Mas há uma outra publicação, cuja capa foi editada diferente.


O autor Charles Dickens, segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre, cujo nome completo é Charles John Huffam Dickens (Portsmouth, 7 de Fevereiro de 18129 de Junho de 1870), que também adoptou o pseudónimo Boz no início da sua actividade literária, não foi o mais popular dos romancistas ingleses da era vitoriana. A fama dos seus romances e contos, tanto durante a sua vida como depois, até aos dias de hoje, só aumentou. Apesar de os seus romances não serem considerados, pelos parâmetros actuais, muito realistas, Dickens contribuiu em grande parte para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa.
Entre os seus maiores clássicos podemos destacar "Copperfield"e "Oliver Twist"

Charles Dickens na sua juventude.
Dickens nasceu em uma sexta-feira na cidade de Moure ( condado de Hampshire, Inglaterra), filho de John Dickens, funcionário perdulário da Armada, e de sua esposa Elizabeth Barrow. Quando fez cinco anos, a família mudou-se para Chatham, no condado de Kent.
Descrever-se-ia a si mesmo, mais tarde, como uma criança não particularmente muito mimada. Ensinado por sua mãe, passava muito do seu tempo a ler infindavélmente – e, com especial devoção as novelas picarescas de Tobias Smollett e Henry Fielding. Entre os livros da sua infância encontravam-se também obras de Daniel Defoe, Goldsmith, bem como o "Dom Quixote", "Gil Blas" e "As Mil e uma noites". A sua memória fotográfica serviria, mais tarde, para conceber as suas personagens e enredos ficcionais, baseando-se muito nas pessoas e acontecimentos que foram marcando a sua vida.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

OS INFORTÚNIOS OCULTOS


4. Nas grandes calamidades, a caridade se emociona e observam-se impulsos generosos, no sentido de reparar os desastres.


Mas, a par desses desastres gerais, há milharesde desastres particulares, que passam despercebidos: os dos que jazem sobre um grabato sem se queixarem.


Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabedescobrir, sem esperar que peçam assistência.


Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão simples, embora bem cuidado, e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente vestida?


Entra numa casa de sórdida aparência, onde sem dúvida é conhecida, pois que à entrada a saúdam respeitosamente.


Aonde vai ela? Sobe até a mansarda, onde jaz uma mãe de família cercada de crianças.


À sua chegada, refulge a alegria naqueles rostos emagrecidos.

E que ela vai acalmar ali todas asdores.

Traz o de que necessitam, condimentado de meigas e consoladoras palavras, que fazem que os seus protegidos, que não são profissionais da mendicância, aceitem o benefício, sem corar.

O pai está no hospital e, enquanto lá permanece, a mãe não consegue com o seu trabalho prover às necessidades da família.

Graças à boa senhora, aquelas pobres crianças não mais sentirão frio, nem fome; irão à escola agasalhadas e, para as menorzinhas, o leite não secará no seio que as amamenta.

Se entre elas alguma adoece, não lhe repugnarão a ela, à boa dama, os cuidados materiais de que essa necessite. Dali vai ao hospital levar ao pai algum reconforto e tranqüilizá-lo sobre a sorte da família.

No canto da rua, uma carruagem a espera,verdadeiro armazém de tudo o que destina aos seus protegidos, que todos lhe recebem sucessivamente a visita.

Não lhes pergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois considera como seus irmãos e filhos de Deus todos os homens.

Terminado o seu giro, diz de si para consigo: Comecei bem o meu dia.

Qual o seu nome?

Onde mora?

Ninguém o sabe.

Para os infelizes, é um nome que nada indica; mas é o anjo da consolação.

A noite, um concerto de benções se eleva em seu favor ao Pai celestial: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem.
Por que tão singelo traje?
Para não insultar a miséria com o seu luxo.
Por que se faz acompanhar da filha?
Para que aprenda como se deve praticar a beneficência.
A mocinha também quer fazer a caridade. A mãe, porém, lhe diz: "Que podes dar, minha filha, quando nada tens de teu?
Se eu te passar às mãos alguma coisa para que dês a outrem, qual será o teu mérito?
Nesse caso, em realidade, serei eu quem faz a caridade; que merecimento terias nisso?

Não é justo.

Quando visitamos os doentes, tu me ajudas a tratá-los. Ora, dispensar cuidados é dar alguma coisa.

Não te parece bastante isso? Nada mais simples. Aprende a fazer obras úteis e confeccionarás roupas para essas criancinhas. Desse modo, darás alguma coisa que vem de ti.” É assim que aquela mãe verdadeiramente cristã prepara a filha para a prática das virtudes que o Cristo ensinou.

É espírita ela? Que importa! Em casa, é a mulher do mundo, porque a sua posição o exige. Ignoram, porém, o que faz, porque ela não deseja outra aprovação, além da de Deus e da sua consciência.
Certo dia, no entanto, imprevista circunstância leva-lhe a casa uma de suas protegidas, que andava a vender trabalhos executados por suas mãos.
Esta última, ao vê-la, reconheceu nela a sua benfeitora. "Silêncio! ordena-lhe a senhora. Não o digas a ninguém."

Falava assim Jesus.
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

CRÔNICA DO NATAL



Desde a ascensão de Herodes, o Grande, que se fizera rei com o apoio dos romanos, não se falava na Palestina senão no Salvador que viria enfim...
Mais forte que Moisés, mais sábio que Salomão, mais suave que David, chegaria em suntuoso carro de triunfo para estender sobre a Terra as leis do Povo Escolhido.
Por isso, judeus prestigiosos, descendentes das doze tribos, preparavam-lhe oferendas em várias nações do mundo.
Velhas profecias eram lidas e comentadas, na Fenícia e na Síria, na Etiópia e no Egito.
Dos confins do Mar Morto às terras de Abilena, tumultuavam notícias da suspirada reforma...
E mãos hábeis preparavam com devotamento e carinho o advento do Redentor.
Castiçais de ouro e prata eram burilados em Cesaréia, tapetes primorosos eram tecidos em Damasco, vasos finos eram importados de Roma, perfumes raros eram trazidos de remotos rincões da Pérsia... Negociantes habituados à cobiça cediam verdadeiras fortunas ao Templo de Jerusalém, após ouvirem as predições dos sacerdotes, e filhos tostados do deserto vinham de longe trazer ao santuário da raça a contribuição espontânea com que desejavam formar nas homenagens ao Celeste Renovador.
Tudo era febre de expectação e ansiedade.
Palácios eram reconstruídos, pomares e vinhas surgiam cuidadosamente podados, touros e carneiros, cabras e pombos eram tratados com esmero para o regozijo esperado.
Entretanto, o Emissário Divino desce ao mundo na sombra espessa da noite.
Das torres e dos montes, hebreus inteligentes recolhem a grata notícia... Uma estrela estranha rutila no firmamento.
O Enviado, porém, elege pequena manjedoura para seu berço de luz.
Milícias angelicais rejubilam-se em pleno céu...
Mas nem príncipes, nem doutores, nem sábios e nem poderosos da Terra lhe assistem a consagração comovente e sublime.
São pastores humildes que se aproximam, estendendo-lhe os braços.
Camponeses amigos trazem-lhe peles surradas.
Mulheres pobres entregam-lhe gotas de leite alvo.
E porque as vozes do Céu se fazem ouvir, cristalinas e jubilosas, cantam eles também...
- "Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os Homens!..."
Ali, na estrebaria singela, estão Ele e o povo...
E o povo com Ele inicia uma nova era...
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É por isso que o Natal é a festa da bondade vitoriosa.
Lembrando o Rei Divino que desceu da Glória à Manjedoura, reparte com teu irmão tua alegria e tua esperança, teu pão e tua veste.
Recorda que Ele, em sua divina magnificência, elegeu por primeiros amigos e benfeitores aqueles que do mundo nada possuíam para dar, além da pobreza ignorada e singela.
Não importa sejas, por enquanto, terno e generoso para com o próximo somente um dia...
Pouco a pouco, aprenderás que o espírito do Natal deve reinar conosco em todas as horas de nossa vida.
Então, serás o irmão abnegado e fiel de todos, porque, em cada manhã, ouvirás uma voz do Céu a sussurrar-te, sutil:
- Jesus nasceu! Jesus nasceu!...
E o Mestre do Amor terá realmente nascido em teu coração para viver contigo eternamente.
Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Antologia Mediúnica do Natal. Ditado pelo Espírito Irmão X. Capítulo 47. Rio de Janeiro, RJ: FEB.